segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ensaio sobre a cegueira

parado num sinal de trânsito, um carro se recusa a avançar quando a luz verde acende. sem entender nada, pessoas vão verificar o que se passa e descobrem que o motorista ficou cego de repente. em seguida várias pessoas começam a ser 'contagiadas' por uma cegueira branca, como eles próprios relatavam a sensação de estarem 'mergulhados num mar de leite'.

assim começa o excelente filme a que eu assisti este final de semana, 'ensaio sobre a cegueira', de fernando meirelles e baseado no livro do português josé saramago, vencedor do prêmio nobel de literatura em 1998.

a camila do 'não tá comigo' já tinha comentado tempos atrás (aqui) sobre como o livro e o filme causaram incômodo e desconforto. eu não li o livro mas confesso que o filme mexeu comigo. fiquei incomodado também, senti desconforto, fiquei impressionado, mas percebi como valeu a pena.

além das metáforas e poesia presentes na obra, de o que realmente é a cegueira e até onde os olhos vêem, o filme nos coloca a pensar qual seria nossa reação diante de uma tragédia coletiva. as relações humanas são colocadas em jogo: luta por poder, o domínio através da comida, autoritarismo, amor/ódio, dignidade, dedicação, sexo, sacrifício e confiança.

o ser humano tendo que aprender a 'conhecer' melhor o outro ser humano sem nenhum tipo de pré-julgamento que a visão pode antecipar. e mesmo assim podendo ser perverso. um ótimo filme que recomendo e que vai te deixar de olhos mais abertos para enxergar as coisas ao teu redor e refletir a respeito.

9 comentários:

  1. railer, ja recomendei pra lu ver o filme. eh muito bom mesmo! vc fica totalmente compenetrado...

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  2. Adorei o filme também, uma obra prima do Fernando Meirelles.

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  3. Otima obra! otimo filme!
    realmente nos leva a refletir sobre ate onde enchergar!
    e vc como sempre dando liberdade a todas as opinioes sem fazer julgamento entre umaobra e outra! Parabens pela materia abracos!

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  4. Não vi o filme, mas vi uma entrevista do Meirelles à Marília Gabriela; adorei a entrevista, ele falou sobre a polêmica que foi o filme, as abordagens que foram feitas, e disse que houve problema com as cenas fortes.
    Beijo.

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  5. Fala meu amigo Railer pelo visto melhorou da Dengue e aí vc correu a meia, encontrei com o Balbino lá no aterro. Bom vendo este seu relato sobre o filme, legal, realmente nós não estamos preparados para certas situações como tragédias e por isso a cada dia nós seres humanos temos que estar agarrado com Deus.
    Valeu camarada.

    Um abraço,

    JORGE CERQUEIRA

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  6. Gostei. Não estava muito animada a ver o filme, mas me interessei agora.
    bjs

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  7. Com certeza, um dos melhores filmes da vida! é tudo isso q vc falou e Camila tb: é incomodo, desconfortável, impressionante, mas belíssimo! Não só a parte técnica do filme (como a brilhante idéia do Meirelles fazer com luz estourada de propósito) quanto o roteiro nos faz pensar como um filme bem feito pode mexer com nossos sentimentos, nossa percepção de mundo, nossos instintos. É um filme para se refletir bastante e ficar horas e horas discutindo numa mesa de bar. Valeu muito a pena. Eu tive vontade de escrever um texto pro meu blog tb sobre o filme, mas acabou passando... abraço

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  8. Oi Railer. Eu não vi o filme, mas li o livro. Imagino que na ocorrência de uma tragédia coletiva desse tipo as coisas funcionem exatamente como o livro diz: alguns enclausurados, outros soltos, outros loucos e soltos, a disputa pelo poder, o uso das mulheres, etc. O que mais me afetou no livro foi a "merda", no sentido literal. Ela é citada do início ao fim. As pessoas se emporcalham com seus dejetos, urggghhhh.

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  9. Caramba, não achei que se falasse desse filme ainda.

    Bem, eu vi o filme e li o livro, prefiro o livro sempre. Mas uma coisa eu preciso dizer. Nunca assisti um filme tão fiel ao livro, só por isso já merece um crédito.

    Eu confesso que assisti ao filme porque ele era inspirado na obra do Saramago, o nome do autor constantemente pesa nas nossas escolas pra filme e livro.

    Fala muito do ser humano, em como somos egocêntricos, mas mesmo assim nos ajudamos quando isso não nos afeta de fato.

    Mas, enfim, é um filme sem grandes méritos, uma reprodução visual daquilo que a gente leu. Bom pra distrair.

    Abraço

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