inspirador. foi com essa palavra que saí do cinema após assistir ao belo filme 'antes de partir' (the bucket list). apesar de toques cômicos, o filme segue uma linha dramática já que o seu tema principal é delicado. prepare-se para se emocionar.
morgan freeman e jack nicholson, dois grandes atores, nos dão uma bela lição de como a gente precisa aproveitar todos os momentos e oportunidades da vida enquanto a gente puder. no caso deles, ambos são doentes terminais de câncer que tem menos de um ano de vida. então resolvem escrever uma lista com tudo aquilo que gostariam de fazer antes de morrer (a 'lista da bota', ou seja, a lista pra cumprir antes de 'bater as botas'). e, juntos, resolvem colocá-la em prática.
não preciso falar da atuação dos protagonistas, mas o personagem de morgan freeman, carter, me fez lembrar muito o velho 'red', de 'um sonho de liberdade'. e enquanto carter é tranquilo, religioso e age docemente, edward, o personagem de jack nicholson, é agitado, descrente de tudo e cínico. aliás, ele têm ótimas tiradas durante o filme.
sean hayes, como thomas, tem uma participação menor, mas nem por isso menos importante. num papel bem diferente daquele que o consagrou (o homossexual efeminado jack, da minissérie will&grace), é ele quem vai estar presente ajudando os dois amigos a realizarem suas façanhas.
apesar de o filme começar já comentando sobre a morte de um dos personagens, somos levados numa fantástica viagem emocional que nos mostra que nunca é tarde para irmos atrás dos nossos sonhos, que não existe idade pra isso. a vida passa muito rápido e o mundo continua girando. portanto, para que esperar? o que temos a perder? por que o medo de arriscar?
a trilha sonora é bonita e divertida. e o destaque vai para a música 'say', do john mayer, que aparece nos créditos finais.
anos atrás, um amigo me presenteou com o livro 'por um fio', do drauzio varella, que conta experiências do médico ao lidar com doentes terminais. e uma das coisas que me fez refletir foi a passagem que deixo a seguir - e que o filme não me deixou esquecer:
"custei a aceitar a constatação de que muitos de meus pacientes encontravam novos significados para a existência ao senti-la esvair-se, a ponto de adquirirem mais sabedoria e viverem mais felizes que antes, mas essa descoberta transformou minha vida pessoal: será que com esforço não consigo aprender a pensar e a agir como eles enquanto tenho saúde?"
vivam suas vidas ao máximo. e para isso não é preciso um motivo.