quinta-feira, 14 de março de 2013

jurisdiquês

saber se comunicar é importante. não só falando, mas também escrevendo. ter atenção ao redigir um email ou postagem, reler o que você escreve e preocupar-se com a gramática são pontos que precisam ser levados em consideração, afinal um texto seu é como um cartão de visitas passando uma imagem sua.

no português, nosso idioma nativo, isso é mais importante ainda. conheço gente que tem inglês fluente mas, quando vai escrever em português, é uma negação... seja em acentos, concordância, pontuação, plural ou mesmo ortografia. eu já até cheguei a fazer uma postagem de utilidade pública tempos atrás, com dicas pra ajudar a escrever bem e evitar erros comuns. 

um problema que tenho notado é com uma outra língua derivada do português, o jurisdiquês, utilizada por alguns advogados (não vou generalizar). é uma maneira de escrever tão formal - e às vezes arcaica - que não facilita a vida de ninguém.

já vi advogados escreverem emails, acreditem, com dez linhas e apenas um ponto final (cadê a pausa pra respirar, gente?). é impressionante como conseguem complicar uma informação simples. sem contar nos termos e expressões usados, como 'outrossim', 'perquirir-lhe', '...a importância supra que é de grande monta' ou até palavras de portugal, como 'alugueres' (ao invés de aluguéis).

será que as pessoas que escrevem assim querem mostrar que são intelectuais e eruditas?
será que pensam que quanto mais rebuscado um texto, mais bonito ele fica?

na boa, bonito pra mim é escrever de modo claro, objetivo e que seja bem entendido.

8 comentários:

  1. Tens razão, meu caro! Agora... pior que qualquer coisa é esse tal "miguxês" tão comum nessa terra de Internet... hehehe! Hugz!

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  2. Concordo. Tenho lido muito "nada haver", "a oito anos atrás" e por aí vai. Por outro lado, texto muito rebuscado não alcança o objetivo: comunicar-se. Escrever é uma prática, exercício diário, principalmente para ser conciso, objetivo e direto. Abs

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  3. @fred, por coincidência, recebi hoje um 'oi miguxo' e não entendi nada... não sabia que isso tava virando febre... meu deus...

    @mário, escrever é mesmo uma prática e ler ajuda muito também.

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  4. Escrever é uma arte railer, que poucos dominam. A juventude atual não sabe nem o "ato de escrever" em si mesmo, quanto mais o "como escrever".

    Nós mesmos(rsrsr), de uma escola mais "antiga", ainda cometemos alguns erros. Que dizer então, dos que frequentam as escolas de hoje?
    No futuro, prevejo uma outra bela "torre de babel"... ninguém mais se entenderá, ... cada um falará uma língua diferente.

    Abraços

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  5. Cometer algum erro é até normal
    mas estragar a língua portuguesa ai
    já e demais , gostei desse texto bem gratificante Deixo um abraço com carinho
    Rita!!!

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  6. Eu adoro brincar com nossos coleguinhas do Direito, nada com eles pode ser simples!

    Mas no fundo eu acho que eles adoram isso, é como uma força de se "separar" do bando, infelizmente.

    Abração!

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  7. sim, as pessoas escrevem assim para passar a imagem de que são intelectuais e eruditas.

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  8. R,
    Teria uma página inteira a dizer sobre seu post e muito mais ainda sobre esse antigo ao qual você se refere, mas acho que não conseguiria ser sucinto...
    Comentarei alguns pontos, genericamente:
    1) Falar e escrever bem não têm qualquer relação com a inteligência/erudição de ninguém (há analfabetos que são absolutamente geniais, inclusive na dita "cultura"). Aliás, o que é mesmo "cultura"??? Conhecer cinema, literatura, as novidades do mundo pop?
    2) Temos que ter cuidado ao qualificar o que é "erro" na escrita/fala, pois muitos "erram" por desconhecimento, porque não tiveram oportunidades de um boa educação, foram vítimas de um sistema educacional falido.
    3) Ninguém escreve nem fala "ao vento", mas dentro de grupos e subgrupos sociais cheios de regras e historicamente determinados. São "esferas"ou "campos" de interação social e cada um deles tem um discurso característico: o discurso médico, o discurso jurídico, o discurso religioso, as gírias dos skatistas, dos surfistas etc., e até grupos menores (mas muito bem delimitados) como o grupo de amigos tomando cerveja e falando de suas "conquistas sexuais" no churrasco depois de bater uma bolinha etc. Todas essas formas de interação têm suas regras próprias, e quem quer se sentir "inserido", "aceito" precisa se adaptar ao modo de falar, gesticular, se vestir. Aqui mesmo, você faz parte de uma blogosfera e sua linguagem mostra isso: não usa maiúsculas no início das frases, escreve "pra" (em vez de para), usa o verbo "ter" (no sentido de "haver") e com certeza não escreve assim se redigir um relatório para empresa ou algo mais formal. E você está certíssimo, está adaptado ao meio em que interage.
    4) Um último tópico para levar em consideração: as normas gramaticais não são "naturais", mas são regras políticas impostas por decreto!!! Havia um decreto segundo o qual era correto acentuar a palavra "idéia". Hoje "decidiu-se" que não se deve mais acentuar palavras desse tipo, e todos somos obrigados a seguir essa regra! Assim aconteceu com a absoluta maioria das normas gramaticais. Há séculos, o "correto" era escrever "igleja" (isso mesmo, igual ao Cebolinha) e com o tempo a forma mudou para "igreja". Quem fala "probrema" hoje é acusado de ser caipira... mas quem garante que esta última não será a forma correta no futuro? Onde quero chegar com isso? Que não devemos nos pautar pelo nosso gosto pessoal, nem simplesmente pela ortografia da língua, mas manter uma postura de "mente aberta" e sermos mais tolerantes (menos preconceituosos?) com quem fala "errado".
    Temos que escrever bem numa prova de concurso público, num vestibular e para nosso chefe (se ele fizer questão disso). Será mesmo tão importante sermos gramaticalmente "corretos" enquanto teclamos na net e em outras situações informais??
    Se o outro quer passar uma imagem de intelectual, qual o problema? Se ele gosta de vestir camisa e gravata e eu gosto de um jeans e aquela minha camiseta descorada, qual o problema nisso? Deveria ser assim com a linguagem também...
    abração, querido!
    (parabéns pela escolha do tema! Como deu pra ver, adoro assuntos que relacionam linguagem e sociedade... rsrsrs)

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