terça-feira, 10 de abril de 2012

(des)conhecidos

pego o metrô todo dia para ir ao trabalho e voltar. sempre por volta do mesmo horário e com praticamente as mesmas pessoas, que se conhecem de vista, mas nunca se falam ou sequer se cumprimentam.

às vezes eu ensaio um tímido 'bom dia' ou um 'tudo bem' e vejo que tem gente que responde, também timidamente, enquanto outros fingem que nem estou ali, me deixando no vácuo.

então eu tava pensando porque isso acontece, porque essas pessoas que estão sempre viajando juntas, seja no metrô ou qualquer outro transporte, quase nunca abrem espaço para amizades ou pra uma palavra.

são os desconhecidos conhecidos, que compartilham um tempo deles com a gente mas sem na verdade compartilhar. complicado isso.

16 comentários:

  1. Interessantíssima sua colocação Railer. Em tempos de trabalhava de bus, também tinha estes (des)conhecidos e quando um 'faltava' um dia, logo eu sentia falta.

    Cumprimentá-las, mesmo que timidamente, era um pouco estranho, porém eu fazia. Mas puxar papo não era viável, mas fazer a gentileza em segurar uma sacola ou pasta para quem está em pé, sim.

    E por mais que eu tivesse interesse em puxar assunto, não sei se o faria. Acredito que seja medo do 'lá na frente - próximo passo'.

    Muito bacana ir ao trabalho de metrô, ganha muito mais que partilhar o caótico trânsito.

    Abraço!

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  2. Bom aqui em Floripa quando ando de busão sempre tem alguém puxando assunto eheheheh

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  3. mas isso acontece mt ne, triste isso, bjs

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  4. Já percebeu que a situação é completamente oposta quando você encontra um desconhecido, mas brasileiro, no exterior?

    Eu lembrei disso por causa daquele filme "O paciente inglês". Um personagem fala justamente isso: você não fala com estranhos aleatórios no seu próprio país, mas quando está fora dele, não tem vergonha de puxar assunto.

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  5. daniel, é verdade mesmo isso que você falou. acontece muito, como se existisse uma cumplicidade e um orgulho patriota que deixam qualquer inibição de lado.

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  6. Eu vivi muito isso quando ia de busão pra escola no terceiro ano. Não chegava a puxar assunto com todos, até porque era inviável, mas sempre acabava puxando papo com o motorista e as pessoas que pegavam no mesmo ponto que eu.

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  7. é isso mesmo...

    na época da faculdade eu cheguei a fazer amizades no ônibus... pegávamos o mesmo ônibus todos os dias...por 4 anos... acabou sendo necessário a conversa! rs

    beijos

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  8. Sabe, seu post me lembrou um pouco o facebook, onde temos amigos virtuais mas quando os encontramos na rua, fingem que não nos conhecem.

    Estranho isto né! rs.

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  9. verdade heron. o ser humano não é fácil de entender.

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  10. O que me entristece mais: no trabalho, poucas pessoas... Muitas já chegam mal humoradas, e nem mesmo respondem a um simples cumprimento,

    O mesmo ocorre: no ônibus, na rua, no restaurante de todo dia... Andamos 'sem tempo' pra olhar nos olhos, sorrir, ver o outro, como ser humano


    =(

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  11. Muito interessante sua observação, Railer. O Mais interessante é ler isso sabendo que eu mesmo não abro espaço para desconhecidos. me senti descrito neste seu post. Não sei se é com todos, mas isso varia muito no meu caso, depende principalmente do meu humor. E também, eu parto do pressuposto que a pessoa não irá me responder, isso faz com que eu normalmente me feche para esse tipo de situação.

    Um garnde abraço, cara... Até!

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  12. Estranho é essa intimidade oculta. Alguém sabe de nosso intinerário, nos olha todos os dias, mas a nossa vida íntima continua lá, dentro do transporte, indo e vindo com estranhos. E continuamos só nossos e os nossos queridos desconhecidos de todo dia.

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  13. O ser humano é um bicho complicado ! Mas acho legal o seu bom dia, mesmo que tímido, quem sabe esse bom dia tímido não seja o gatilho para todos se conhecerem ... basta um quebrar o gelo que vem mais um ... e mais um ...

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  14. O pior é quando a gente se encontra com uma destas pessoas conhecidas desconhecidas em outro contexto e quase fica louco tentando se lembrar de onde a conhecemos pois os rostos se tornam por demais familiares. Mas em outro contexto às vezes a gente fica sem a referência.
    Muque de Peão

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  15. Até hoje só trabalhei em um lugar por 4 meses em que eu dependei de transporte publico, e assim como você, eu questionava, pois se é uma rotina, onde o contato é diário, uma atitude gentil, simpática, não vai cair a lingua de ninguém, mas, eu nem posso reclamar, afinal essa tal atitude poderia partir de mim, ao invés de esperar pelos outros, mas sou meio reservado.
    Abraços

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  16. Eu acho super estranho você 'ter' que fingir que uma pessoa é uma coisa.
    Para alguns, dizer 'bom dia' parece crime, e ouvir um 'bom dia', também!
    Como se fosse o caso de estarmos tirando a pessoa de seu autismo, atrapalhando-a em seus pensamentos.
    Ótimo post!
    Beijo!!!
    Saudades!!!
    Bom dia, querido!!!!!!!!

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