se me ponho a cismar em outras eras
em que rí e cantei, em que era querida,
parece-me que foi outras esferas,
parece-me que foi numa outra vida...
e a minha triste boca dolorida
que dantes tinha o rir das primaveras,
esbate as linhas graves e severas
e cai num abandono de esquecida!
e fico, pensativa, olhando o vago...
toma a brandura plácida dum lago
o meu rosto de monja de marfim...
e as lágrimas que choro, branca e calma,
ninguém as vê brotar dentro da alma!
ninguém as vê cair dentro de mim!
lágrimas ocultas - florbela espanca
Ouvi esse poema terça no episódio de Divã. Reconheci pelo final. Muito lindo e interessante a forma como ela passa sinceridade.
ResponderExcluirEu sempre fui um moço mais de prosa, mas uma boa poesia... não tem o que dizer né?
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