a tragédia da velhice consiste não no fato de sermos velhos, mas sim no fatobrad pitt e cate blanchett são os protagonistas dessa curiosa história de amor (indicada a 13 oscar) que tem muito a nos ensinar sobre a relação com pessoas queridas, o tempo que passamos ao lado delas, a relação entre pais e filhos e, principalmente, a forma de encarar a velhice que vai chegar pra todo mundo.
de ainda nos sentirmos jovens. (oscar wilde, 'o retrato de dorian gray')
numa das cenas de 'o curioso caso de benjamin button' um dos personagens comenta que 'nosso destino final é o mesmo, o que muda são os caminhos que tomamos para chegar lá'. ou seja, o mais importante não é o destino e sim a jornada. e 'você num sabe o que te espera'.
um relógio que gira ao contrário marca o nascimento do pequeno benjamin, abondonado pelo pai, dono de uma fábrica de botões, e adotado por uma mulher que cuida de um asilo. o símbolo da warner feito com botões caídos, nos créditos iniciais, é muito bacana. com idade de criança, mas aparência de velho, ele segue descobrindo o mundo e vários sentimentos, como a curiosidade (o que há depois daquela esquina?), a perda ('há outra maneira de saber quão importante alguém é pra gente?), o sexo (ele fez sucesso), o perdão (duas pessoas vendo o sol nascer) e o amor ('me envie um postal de todos lugares').
mas o que vai acontecer na meia-idade, quando ele continuar a ficar jovem e sua amada começar a envelhecer? que sacrifícios serão feitos por causa disso? é preciso renunciar a coisas para ser feliz? a história, adaptada a partir de um conto de f. scott fitzgerald, segue com diálogos muito bons e citações memoráveis, que mais do que nos emocionar, nos põe a pensar em nossas próprias vidas.
além dos efeitos especiais muito bons (os protagonistas jovens parecem saídos diretamente do photoshop), o drama dá espaços para momentos cômicos, como aqueles provocados pelo senhor daws: 'eu já te contei que fui atingido por um raio sete vezes?'.
vale a pena assistir a este filme e perceber que, mesmo que um furacão esteja pra chegar, estar com quem a gente gosta é o lugar mais seguro que existe.
abaixo (próximo parágrafo) segue um comentário apenas para quem já viu o filme, pois vou revelar um detalhe. está escondido e, para ler, basta passar o mouse marcando o texto:
sobre o final do filme, não gostei de o personagem ir 'encolhendo' e voltar a ser bebê. talvez ficasse melhor esse ir rejuvenescendo mesmo, mas com o corpo grande, do tamanho de um adulto, já que ele já tinha nascido bebê. a gente percebe isso nos idosos, que muitas vezes agem como se fossem crianças grandes. enfim, boa sorte para o benjamin no oscar!
termino com um texto atribuído a woody allen, sobre essa questão de viver a vida ao contrário. ele descreve de uma maneira muito boa e divertida, pra não dizer hilária:
"na minha próxima vida quero vivê-la de trás pra frente. começar morto para despachar logo esse assunto. depois acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. ser expulso porque estou demasiadamente saudável, ir receber a aposentadoria e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. trabalhar por 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo, e depois estar pronto para o secundário e para o primário, antes de virar criança e só brincar, sem responsabilidades. aí viro um bebê inocente até nascer. por fim, passo 9 meses flutuando num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e espaço maior dia a dia, e depois - voilà! - desapareço num orgasmo."
pretérito perfeito: a triste morte de jovens estrelas de hollywood
fiquei com vontade de ver o filme! :)
ResponderExcluirMUITO LOCO... o cara vai retrocedendo... esse nao da pra perder nas telonas..
ResponderExcluirGostei foi da última frase do "na minha próxima vida..."! hahaha
ResponderExcluirBoa essa!
Beijo!
Fiquei com uma imensa vontade de ver o filme,sem dizer que o trecho que você colocou no final de começar a vida pela morte achei bem bacana a idéia e já tinha lido ela de formas diferentes e essa hilária ficou ótima.
ResponderExcluirExcelente seu post.
Beijos.
... para eles, a vida não tem o mesmo sentido... literalmente ! Mais um que eu não posso perder ! (apesar de que, Slumdog Millionaire é o meu xodozinho deste ano para o Oscar :-D).
ResponderExcluirFui ao cinema para ver esse filme, mas como a sala estava lotada acabei vendo Australia. Mas não me arrependi. O filme é espetacular! Veja e comente aqui, tô doida para trocar uma ideia com vc desse filme.
ResponderExcluirbjs
Railer! Um pouco de tudo! Um pouco de ação, um pouco de aventura, um pouco romance, um pouco de documentário, um pouco de drama! Mt bom msm o filme!
ResponderExcluirrailer, tudo bom?! assisti esse filme na 5f em BH...realmente muito bom...emocionante...
ResponderExcluirela cuidando dele qdo criança me fez refletir como a vida é uma passagem e como as agente dá valor as coisas bobas...sendo q no final tudo se acaba...o importante é viver bem e tentar ser feliz..pq o resto é pura vaidade...
bjs
correção:como agente..rsrs
ResponderExcluircorreção: como a gente... rs
ResponderExcluiragente (junto) é o espião!