co-co-uá

a vitrola desta vez traz um grupo clássico infantil e de um grupo de grande importância para quem viveu sua infância nos anos 80: o balão mágico, formado por simony, mike e tob. eles gravaram vários discos, com sucessos conhecidos até hoje e inclusive junto a grandes nomes da mpb.

mas a música analisada hoje é 'co-co-uá', sobre uma galinha que chorava ao cantar. lembro que sabia a letra de cor e gostava do ritmo. mas anos depois, mais velho, foi que entendi realmente o que a canção dizia e a maldade que aconteceu com a tal da galinha.

escute a música e perceba o que aconteceu naquele galinheiro, tudo por causa de um chiclete. 

rola até bullying do galo e do papagaio.

festival do rio 2013

nesta quinta começou o festival do rio 2013.
duas semanas de muita diversão com filmes do mundo todo, divididos em várias mostras como panorama, midnight movies, mundo gay, première brasil, expectativa e première latina.

além disso, esse ano teremos destaques de vários festivais do mundo como cannes, veneza, berlim, toronto e sundance. pra quem precisa discutir e negociar futuras produções, novamente vai acontecer o riomarket, no pavilhão do festival no armazém da utopia, no cais do porto. será uma área para negócios, seminários e workshops.

o filme da abertura oficial será 'amazônia', em 3d, coprodução brasil-frança.

se você tiver a oportunidade, participe! vou também tentar falar de alguns filmes aqui no blog, como sempre faço.

mais informações no site oficial. 
veja também a revista com a programação.

a cura

vale a pena!

estrelado por annabella sciorra (a mão que balança o berço), brad renfro (o cliente) e joseph mazzello (jurassic park / a rede social), esta verdadeira obra-prima infelizmente não é tão conhecida, mas quem a viu nunca se esqueceu, tamanha sua emoção e sensibilidade.

"a cura" (the cure, 1995) é a história de dexter, um garoto portador do vírus hiv e que vive com a atenciosa mãe. sozinho e sem amigos, ele sofre preconceito, principalmente dos outros pais que não querem seus filhos perto dele, chegando a construir cercas enormes para isolar seus quintais. mas é através de uma dessas cercas que ele conversa, brinca e vai conhecendo eric, um outro garoto que também não tem amigos e sofre com a falta de atenção da mãe.

um laço de amizade e uma forte conexão nascem entre os dois. eric resolve ajudar dexter e tentar curá-lo, preparando chás com plantas que eles encontram pela vizinhança, até que leem sobre um médico que anuncia ter descoberto a cura da aids. então decidem partir numa aventura para chegar até ele.

esse filme trata de uma maneira muito bonita a cumplicidade de dois amigos e a importância de cada um na vida do outro. além disso, mostra como o amor pode superar o preconceito e discriminação.

cheio de simbolismos e com uma trilha sonora tocante, é impossível não se emocionar e chorar (mesmo) ao ver este filme. pegue lenços de papel e aprecie essa bela história, completa e bem dublada, na versão 'sessão da tarde', disponível aqui no youtube.

teatro acessível

em 19 de setembro fui participar de uma peça de teatro em comemoração ao dia do teatro acessível. estavam presentes, entre outros, a ministra da cultura martha suplicy, o deputado jean willys e os atores bel kutner e tiago abravanel.

a peça infantil, chamada 'um amigo diferente?', é bem divertida e conta a história de lucas e seu único amigo, o gato bandidão, além da relação do menino com a mãe, o irmão e as tentativas de fazer amigos, já que seu aniversário se aproxima.

havia um intérprete de libras fazendo a linguagem de sinais ao vivo, um telão exibindo o texto das falas para os surdos e houve distribuição de fones para cegos, para poderem ouvir a audiodescrição do que acontecia no palco (caretas, gestos, danças, figurinos etc). além disso, meia hora antes do espetáculo os cegos fizeram uma visita guiada para tocar o cenário, além de receberem o programa em braile.

a ideia é levar acessibilidade a todos teatros,  inclusive espaço físico com rampas e acessos para cadeirantes.

a peça, encenada pelo grupo de teatro 'os inclusos e os sisos - teatro de mobilização pela diversidade', já foi apresentada em favelas, quadras, comunidades e escolas através de parcerias locais e associação de moradores.

cada convidado ganhou um kit contendo material do evento (inclusive em braile), informações sobre o projeto, sobre a peça, uma máscara do bandidão e uma camisa.

revolucionando táxis

pra quem nunca ouviu falar no taxibeat, este é um novo e útil aplicativo para smartphones e que está tirando o sono das intermediadoras, as cooperativas de táxis. isso porque com este novo serviço, que é de graça, é possível chamar um táxi facilmente e de forma segura.

os taxistas são todos cadastrados e credenciados. uma vez informada a localização do passageiro, o aplicativo mostra os taxistas que estão mais perto. além disso, é possível ver a foto deles, o modelo do carro e placa, os serviços extras oferecidos (ar-condicionado, wi-fi, carregador de celular, televisão, se aceita pagamento em cartão etc), além da reputação do motorista.

isso porque, em todas as corridas efetuadas via taxibeat, é solicitado ao passageiro avaliar o taxista (1 a 5 estrelas) e deixar comentários de como foi sua experiência. o taxista também avalia o passageiro, evitando que as pessoas chamem o táxi e peguem outro ou não compareçam.
tudo é feito na base da confiança.

caso a chamada seja aceita, o aplicativo vai te mostrando em tempo real onde o carro está enquanto ele se aproxima do seu local de embarque. se precisar, o número do celular do taxista fica disponível. então é só fazer sinal, com o celular na mão, e aproveitar a viagem.

pensando na acessibilidade, o aplicativo também está disponível para atender
usuários deficientes visuais, através de uma função de voz.

há outros aplicativos no mercado, mas pelo que testei este é de longe o melhor e fornece mais recursos. por enquanto só está disponível no rio e são paulo, mas a ideia é que seja difundido em todo o brasil.

what goes around (comes around)

aproveitando o momento de justin timberlake no rock in rio 2013, segue uma bela música que fala do fim de um relacionamento em que as fichas foram apostadas, mas infelizmente não deu certo. e assim como ele eu também acredito que, não só nesses casos mas em tudo na vida, aquilo que a gente faz acaba voltando pra gente de alguma forma.

[...] is this the way it's really going down? is this how we say goodbye?

[...] that's ok baby 'cause in time you will find...

what goes around, goes around, goes around

comes all the way back around [...]

desafios e ondas

"de acordo com as estatísticas, um milhão de surfistas são gays.
por que então não ouvimos falar deles?"

partindo dessa pergunta, é iniciada uma jornada a fim de pesquisar onde estavam os surfistas gays. o resultado disso é o documentário 'out in the line-up', de thomas castets e ian thomson.

foram entrevistados vários surfistas, jornalistas e psicólogos, homens e mulheres, a fim de entender como essa questão e esse tabu da homossexualidade no surf é enfrentado. qual seria o posicionamento das marcas caso a palavra 'gay' se associasse ao esporte? e se surfistas profissionais se assumissem publicamente, poderiam perder patrocínios e oportunidades na carreira?

uma das entrevistadas compara os surfistas gays a 'unicórnios', figuras mágicas de quem todo mundo ouviu falar mas ninguém nunca viu. não é fácil lidar com o medo, a angústica, a rejeição... mas se surge um grupo que aceita a todos e os faz se sentirem incluídos, tudo muda. e o resultado nesse caso foi a criação da comunidade gaysurfers.net.

o oceano é infinito, sinônimo de paz e liberdade. mas é também um lugar para encarar desafios e ondas. ali há espaço para todos conviverem em harmonia. basta apenas que exista respeito.

previsto para estrear em dezembro, o documentário está em produção e precisa de doações para ser concluído. quem quiser e puder ajudar, veja mais informações no site oficial do projeto.

autocontrole e marshmallows

existe um estudo envolvendo autocontrole e marshmallows, 

feito por walter mischel, da universidade de stanford, que vale a pena ser comentado.

crianças de 4 a 6 anos eram colocadas sozinhas numa sala, de frente para um pratinho contendo um marshmallow. elas eram instruídas de que poderiam comer o doce mas, se esperassem o orientador retornar, elas ganhariam outro e poderiam comer os dois.

após 15 minutos o orientador retornava para ver o resultado. 2/3 das crianças não conseguiram esperar e comeram o marshmallow. mas aquelas que esperaram tiveram seu prêmio.

muitos anos depois essas crianças foram analisadas. todos que souberam esperar e tiveram autocontrole eram pessoas mais confiantes e bem sucedidas. elas tinham essa competência de saber esperar, que têm a ver com disciplina, tranquilidade, paciência e visão de longo prazo.

hoje em dia vejo gente ansiosa e que preza a satisfação imediata, seja com comida, com uma caixa de bombons ou com relacionamentos. será que passariam num teste desses?

saber esperar é importante e, claro, tem suas recompensas.

veja abaixo o vídeo do experimento.

jean-françois fourtou

quando eu visitar o marrocos um dia, quero muito conhecer a casa e obra de arte que jean-françois fourtou criou para trazer de volta a experiência de ser criança.

a ideia foi fazer as pessoas 'reencontrarem a sensação que elas tinham quando pequenas'. assim, brincando com proporções e escalas, ele recria ambientes e nos traz memórias da infância.

deve ser interessante experimentar como as crianças se sentem num mundo onde os padrões são feitos para adultos. 

sentar-se numa cadeira ou à mesa alta e comprida, segurar um lápis na hora de desenhar ou mesmo subir na cama ou no sofá, pode se tornar uma aventura.

além dessa casa, há uma outra em miniatura, para o visitante se sentir um gigante e também uma outra de cabeça pra baixo, pra mexer ainda mais com os sentidos.

veja mais na página oficial do artista.

abaixo uma experiência parecida que eu tive,
no pavilhão do conhecimento, em lisboa, 2004

morar sozinho é...

chegar em casa e perceber que esqueceu as chaves no trabalho...
então ligar para o grande amigo da rua, que tem uma cópia, e resolver o problema.

evolução robótica

terminei recentemente de ler este incrível livro - que já inspirou um filme de mesmo nome - e que foi escrito por isaac asimov, considerado um dos principais autores de ficção científica.

'eu, robô' reúne nove histórias sobre a evolução dos robôs e sempre envolvendo a personagem susan calvin, robopsicóloga e figura respeitada na área.

vamos conhecer um robô mudo e babá de uma criança, um robô com aparência de bêbado, um robô que tenta se esconder entre outros de seu tipo, um robô que lê mentes, outro descobrindo a religião, até um bem mais complexo chamado cérebro, entendendo assim como a interação do homem e da máquina foi sendo estabelecida.

asimov se tornou muito conhecido por sua incrível imaginação e a criação das famosas três leis da robótica, que servem para manter a ordem, preservando os humanos e também os robôs.

• primeira lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, através da inação,
  permitir que um ser humano seja ferido.
• segunda lei: um robô deve obedecer ás ordens dadas por seres humanos,
  exceto se tais ordens entrarem em conflito com a primeira lei.
• terceira lei: um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção
  não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.

as histórias no livro sempre vão nos fazer pensar melhor sobre essas leis e o que pode estar errado com cada um dos robôs que vamos conhecendo. asimov foi um dos pioneiros em retratar os robôs como seres pacíficos e que vieram para auxiliar a humanidade, não sendo preciso temê-los.

tudo que ele previu caminha para se tornar realidade, dados os avanços da informática, internet e até mesmo da robótica. atualmente há robôs sendo construídos e, quem sabe, logo não estarão dentro de nossas casas.

enquanto isso, recomendo a leitura desse mestre da ficção.

art rio 13

na última quarta à noite fui convidado para a noite de abertura da terceria edição da art rio,
a feira internacional de arte do rio de janeiro, que acontece de 5 a 8 de setembro nos armazéns do cais do porto, no pier mauá, área que está sendo revitalizada e têm recebido eventos importantes.

o evento é um dos mais importantes da américa latina e
reúne artistas de todo o país e do mundo, em mais de 100 galerias.

a feira ainda tem livraria, auditório para palestras gratuitas sobre o mercado de arte, colecionismo e arquitetura, além de um pólo gastronômico bem bacana.

pontos positivos: local espaçoso e bonito (belíssima vista para o mar e a ponte rio-niteroi); estrutura iluminada e limpa; comidas e bebidas em vários pontos e com preços variados para quem quer gastar pouco ou muito; guarda-volumes gratuito; banheiros limpos.

ponto negativos: pouquíssimos manobristas para os inúmeros carros, o que contribui para o segundo item: trânsito caótico para chegar (vá de táxi ou metrô); dificuldade de pegar táxi na saída; poucos lugares para se sentar (havia alguns bancos internos e também cadeiras de praia ao ar livre).

no mais, é um evento bacana, moderno e bem conceituado. veja fotos abaixo (clique para aumentá-las).

outros museus da cidade, como o mar, mam e casa daros também têm programação paralela.

meios de contato

outro dia mandei uma mensagem para um colega de quem gosto, mas que encontro raramente, já que ele viaja muito ou vive ocupado com os estudos. perguntei se queria encontrar para jantar, fazer um lanche ou apenas bater um papo.

então ele disse que estava novamente viajando para outro país e então eu comentei que ele 'está sempre longe, mesmo quando está aqui por perto'. então ele respondeu dizendo que era porque 'eu não tenho rede social para contato'.

claro que ele falava do facebook e então fiquei pensando nisso. por que para algumas pessoas é preciso se ter conta no facebook para que haja um contato? antes da existência da rede ninguém se falava?

outro dia liguei para um amigo para dar os parabéns e ele ficou muito feliz, dizendo que fui o único que ligou, já que o resto dos amigos apenas deixou mensagem no facebook. tá certo que é mais fácil, mais rápido, mas as pessoas acabam se privando de conversar, de ouvir e contar histórias, de perceber coisas sutis que muitas vezes só estão ali na voz, na entonação, no jeito de se falar.

vamos usar mais o telefone e encontrar/visitar mais os amigos. não devemos nos limitar apenas a redes sociais, afinal, a convivência entre as pessoas é bem mais antiga.

flores raras

obra-prima brasileira. filme imperdível, bonito e emocionante. forte candidato ao oscar.

foi com essa sensação que saí do cinema após ver o belo trabalho de bruno barreto, que conta o romance entre a poetisa norte-americana elisabeth bishop (miranda otto) e a arquiteta urbanista lota (carlota) de macedo soares (glória pires), nos anos 50/60 no brasil.

enquanto bishop tinha uma personalidade mais reservada e insegura, lota era mais decidida e forte, sendo que uma completava a outra. desse modo, seus trabalhos, sua convivência e seus conflitos importam mais do que a questão da homossexualidade, o que torna o filme interessante.

elas têm uma vida em petrópolis, praticamente isoladas, mas quando lota começa a passar mais tempo no rio de janeiro cuidando de um grande projeto - o parque do aterro do flamengo - a relação entre elas será colocada em prova e cada uma vai lidar com esta questão de forma diferente.

gostei da maneira como reconstruíram o rio de janeiro da época e a abordagem política. também foi legal conhecer algumas motivações e histórias envolvendo a construção do parque, que hoje é minha pista de treinos de corrida.

na vida a gente não pode ter tudo. saber lidar com as perdas é algo que nos define.

leia aqui o poema 'a arte de perder', de e. bishop